quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DO TAMANHO NO GLOSTER

Tamanho e história do gloster

O pequeno tamanho no gloster sempre foi um aspecto importante ao longo da história de criação deste canário. Inclusive a grande razão para a criação da raça gloster durante o ano de 1920 foi a de produzir um pequeno canário com coroa.
Esta foi a razão que levou a fundadora do gloster, Mrs Rogerson, conhecida criadora de Gloucestershire em Inglaterra, a seleccionar tal ave, este não apreciava de todo o tamanho exagerado do canário Crested, e começou a sua busca por um canário pequeno coroado.
Assim o pequeno tamanho tornou-se a linha mestra de selecção para Mrs Rogerson, e deveria ser também o principal aspecto de selecção dos restantes criadores que seguem os seus passos. Podemos assim dizer que é o tamanho do gloster que o distingue do canário Norwich ou Crested e se isto não for tido em conta não existe razão para separarmos este das raças anteriormente citadas.
Nos tempos modernos o tamanho tem sido um dos tópicos mais controversos entre os criadores de glosters. Quando falamos de tamanho, falamos do comprimento desde o bico até à ponta da cauda, no gloster deve ser o mais curto possível, mantendo o corpo, a forma pois actualmente buscamos um canário potente. Durante os últimos 40 anos um grande número de criadores de glosters, fizeram grandes melhorias na criação, surgiram as coroas redondas, longas e com poucas falhas, melhorou se a cor e a qualidade da plumagem e mais recentemente corpos redondos que dão ao gloster uma distinta e particular forma. No entanto durante este período de rápida evolução, houve períodos em que a raça para evoluir nos pontos atrás assinalados, se descurou ligeiramente a questão tamanho. Por exemplo quando começaram a aparecer os primeiros glosters com coroas cadentes todos os vencedores procuraram trabalhar as mesmas, o que fez com que outras características fossem menos prezadas, incluindo o tamanho.
Esta tendência para dar pouca importância ao tamanho é um problema bem maior se compararmos a Inglaterra com o resto da Europa, criadores do continente, especialmente da Bélgica, sempre tiveram como prioridade o tamanho. Conseguimos ver ainda hoje que essa preocupação continua, com as recentes alterações COM de alocução de pontos com bastante ênfase para com o tamanho dos glosters. Outra grande diferença é que o sistema COM tem como ideal 11,5 cm, enquanto que na Inglaterra tal não existe no nosso standard, que diz simplesmente “tendency to the diminutive”, frase muito aberta a distintas interpretações.


Tamanho e criar bests in show

Quando tentamos criar glosters para vencer exposições, estamos a tentar produzir uma ave com excelente tipo/forma, isto significa ter uma coroa sem faltas, associado a uma boa queda de pena, redonda e com o tamanho apropriado, associado a um pescoço curto e a um corpo redondo e poderoso. Uma ave com todos estes aspectos é um Gloster fantástico! Contudo é muito mais fácil obter todos estes aspectos numa ave maior uma vez que podemos usar plumagens longas e curtas para aumentar cabeça, largura de pescoço e corpo nos nossos casais. È fácil de ver quanto é fácil obter tipo/forma numa ave maior ao analisarmos aves de exposição como por exemplo o Crested ou mesmo o Norwich, bons exemplares destas raças têm cabeças, coroas e pescoços que ultrapassam em muito o que obtemos no gloster, no entanto, tal só é conseguido num conjunto geral maior. Na realidade o que torna difícil a criação do nosso gloster é o facto de tentarmos ter tipo/forma numa ave pequena.
Neste aspecto só alguns criadores experientes conseguem produzir glosters pequenos mantendo o tipo/forma e cabeça que todos amamos.
No entanto se permitirmos que aves maiores vençam shows, estamos a fazer com que criação de aves vencedoras seja mais fácil, e de certa forma não estamos a valorizar a habilidade e destreza de certos criadores em combinar tipo/forma num tamanho pequeno.
Se concordamos que é no pequeno tamanho que reside o desafio de criar bons glosters então temos de dar o mérito a esses criadores nas exposições.
Um gloster que seja curto desde o bico à cauda automaticamente parece melhor que uma ave cumprida, isto porque ao ser curto faz com que este pareça mais compacto fazendo com que corpo e pescoço pareçam melhor, mais compactos. No entanto é essencial que seja curtos por natureza, existe uma longa e indistinguível historia à volta de criadores de gloster devido a cortarem caudas de forma a parecem mais curtos. Esta prática é .... uma falta, tal como um centro da coroa deslocado à frente.
Ao cortar a cauda o criador está a admitir que não conseguiu combinar tipo/forma e tamanho o suficiente, logo ao cortar a cauda está a tentar bater um colega que produziu uma ave melhor sem recurso a artifícios.
È importante que os juízes tenham a coragem de desclassificar aves que tenham caudas alteradas e mostrar claramente a razão de desclassificação da ave, se o juiz não tomar tal atitude então criadores honestos podem desistir de criar glosters ou começarem também a fazer batota.

O Futuro

No último ano em Inglaterra a mensagem era para que aves grandes vencessem cada vez menos exposições. No entanto, continuam a haver demasiadas aves grandes a bater pequenos glosters que estão mais próximos daquilo que deveríamos procurar na raça. Existem também criadores noutros continentes e na Europa que estão a ficar preocupados com o aumento do tamanho dos glosters nas exposições.
Países como Portugal e Espanha onde a criação do gloster aumentou rapidamente em popularidade são os criadores do futuro, com muitas e excelentes aves criadas que levaram o Gloster para outros níveis. Seria excelente se estes criadores estudassem alguns dos erros cometidos pelos criadores Ingleses nos últimos 40 anos de forma a poderem evitar alguns problemas que possam surgir nos próximos 40 anos.
QUALIDADE DA PLUMAGEM

A plumagem é sem dúvida um dos assuntos mais importantes na criação de glosters. Quem entender e souber trabalhar este factor estará um passo a frente daqueles que não dão importância a este assunto.

Este artigo que traduzi tenta explicar como trabalhar este factor…
Em termos gerais existem dois tipos de pena: o suave, geralmente largo e arredondada na forma; e o duro, forte e estreito.
Normalmente, isto poderia-se enquadrar respectivamente nas seguintes categorias de cores: o nevado e o intenso, no entanto nem sempre é assim que acontece. Existem bastantes intensos que possuem uma plumagem esponjosa e vice-versa, muitos nevados com a plumagem muita estreita.
A profundidade de cor geralmente segue a mesma teoria. Nos nevados, com uma coloração mais baça, muitas vezes com falta de cor, e os intensos com plumagem apertada possuem uma profundidade real em cor. Mais uma vez isto é uma regra geral e as regras gerais existem para serem contrariadas.
Para o objecto deste exercício são admitidas 6 categorias de plumagem ordenadas gradualmente a partir da plumagem mais suave até à plumagem mais dura.



As aves que se enquadram nas categorias extremas, 1 e 6 são geralmente difíceis de acasalar. A ave de plumagem suave (categoria 1) geralmente aparenta ser grande e forte, no entanto o tamanho do seu corpo continua a ser pequeno. O excesso de plumagem confere-lhe uma falsa aparência.
A ave com plumagem muito dura e apertada aparenta grande e estreita. Também parece pequeno. Portanto, estes dois pássaros terão falta de TIPO.
No entanto, é possível que a forma e o carácter da plumagem ocultem uma boa forma do corpo. Se tiverem sorte, podem acasalar 1 com 6 e produzir jovens com boa plumagem. Mas atenção, se usarem estes jovens na época seguinte, os jovens resultantes podem-nos levar a um retrocesso na qualidade da plumagem em direcção aos seus antecedentes (avô, avó).
É preferível abdicar destes exemplares extremos e concentrarmo-nos no desenvolvimento de uma linha de plumagens de qualidades similares.
A perfeição da plumagem normalmente recai nas categorias 3 e 4, mas os pássaaros que possuem plumagens nas categorias 2 e 5 podem servir-nos, sempre que não tenham outros defeitos evidentes. Nas categorias 3 e 4, evitar-se-á a dureza da plumagem de uma categoria 6 assim como a suavidade da categoria 1. Portanto teremos um pássaro cujo contorno, silhueta, o perfil será liso com uma relativa rigidez e suavidade.
Os melhores nevados caíram geralmente na categoria 3 e os melhores intensos na categoria 4… mas isto nem sempre assim acontece podendo ocorrerem coincidências em ambas as direcções. Por exemplo, um nevado com plumagem dura pode cair na categoria 4. Neste caso, unicamente tendo em conta a qualidade da plumagem, será válido acasalar este pássaro a outro nevado, provavelmente da categoria 3 ou até da categoria 2. Se o acasalarmos a um intenso do grupo 5 ou 6 é quase certo que produzirá pássaros com plumagem dura, no entanto pode ser correcto acasalá-lo a um intenso pertencente à sua própria categoria 4.
Alerto que esta teoria apenas diz respeito à qualidade da plumagem e cor. Em cada cánario, o tipo é o primeiro critério e a exigência principal. Esta teoria em relação à qualidade da plumagem aplica-se também às cores ditas “não normais” como canela e fundo branco. Todas estas cores podem dividir-se em intensos e nevados e podem dividir-se em vários grupos de qualidade de plumagem.
COMO CONSEGUIR A FORMA NOS GLOSTERS
Este artigo é apenas uma descrição daquilo que é a minha opinião.
Antes de fazer a selecção dos casais devemos ter muito em conta o fenótipo ideal do gloster, e isso consegue-se acompanhando os grandes criadores nas exposições ano após ano, e se possível visitar as suas instalações de modo a constactar se a percentgem de aves boas é elevada. No momento de comprar tente sempre ver os progenitores. É uma boa opção comprar sempre ao mesmo criador, e tentar sempre comprar do melhor que tenha para venda. Eu sempre que trago pássaros novos da Holanda, os machos utilizo-os com três ou quatro fêmeas do meu canaril, deste modo damos ao macho mais possibilidades de que com alguma dessas fêmeas tire bons glosters.
A compensação de defeitos deve ser feita com os nossos próprios glosters, pois desta forma temos a garantia que não alteramos o fenótipo do nosso canaril.
Quanto aos progenitores, o ideal é que olhando-os desde todos os vértices nos dêem uma sensação de redondeza esquesita. Se for nevado x nevado têm que ter a plumagem muito suave e uma coloração muito brilhante. O consort tem que ter boas sobrancelhas, para poder melhorar as coroas.
O corona tem que ter um ponto central bem definido e entre os olhos, e a plumagem deve ser longa, suave e brilhante sem tapar completamente os olhos e bico.
A plumagem, a forma e o tamanho aumentam se utilizarmos continuamente nevado x nevado, por isso é aconselhável utilizar um intenso, quando vemos que a nevadura é excessiva, por exemplo, quando a plumagem da coroa está muito solta e tapa o bico, os flancos sobem até às costas, ou saem “fraldas” entre os músculos.
Quanto a diminuir o tamanho, primeiro devemos ter um bom fenótipo de Glosters de tamanho mais pequeno possível e que as características restantes sejam boas. Para encurta-los mais, teríamos que utilizar um intenso, se possível do nosso próprio canaril, para não alterar o genótipo do canaril. Para utilizar um intenso temos que ter em conta que fenotipicamrente seja de qualidade, como um bom nevado, em corpo e cabeça, com boas sobrancelhas.
Não existem truques, trata-se simplesmente de encontrar-mos bons glosters, e saber trabalhá-los, e se se consegue um bom fenótipo no canaril nunca devemos introduzir, pássaros de diferentes criadores, e no caso de o fazerem, eu pelo menos tento introduzir um bom macho sempre do mesmo criador, e junto-o com três das minhas fêmeas para ver se dá resultado, enquanto que os consorts, os melhores são os que procedem de boas coronas.

O GLOSTER: UMA NECESSIDADE DE EQUILÍBRIO NA PLUMAGEM É INDISPENSÁVEL!

Ao escrever este artigo, não tenho nenhuma pretensão, pois crio glosters desde 1984 e com a ajuda de outros aficionados mais experientes aprendi a conhecer melhor esta raça.
Nos últimos anos temos assistido, a um desprezo pela importância da qualidade da plumagem por parte de juízes e criadores. Em vez disso preferiram dar essa importância à coroa e forma do pássaro. “Com muita razão” dirão vocês!
NÃO!! E não porquê?
Os criadores de glosters não deram importância ao uso do intenso, apenas se preocuparam em juntar nevados com finalidade de obter coroas maiores e mais proporcionadas, assim como um corpo mais redondo. Na realidade, a plumagem nevada permite maiores coronas e uma melhor forma (enganosa), isto num curto espaço de tempo.
No final de alguns anos, são a qualidade, a rigidez, a regularidade e a cor da plumagem que serão substituídos por algumas aberturas na plumagem e alguns quistos. Quem pode prever uma criação com menos de 2% de quistos sem o uso de intensos? A coroa torna-se desordenada, irregular, as penas perdem a aderência e o comprimento da penas oculta os olhos do pássaro, reduzindo a sua visibilidade, tornando-o menos activo e acaba por permanecer imóvel sobre o poleiro. A sua cor natural torna-se baça, a plumagem perde qualidade, não definindo o contorno do pássaro e surgem muitos flancos.

Mas porquê falar de cor, se estamos perante aves de forma/postura? Porque uma cor com boa intensidade de cor, não importa se é amarelo ou verde, é muitas vezes sinónimo de plumagem com boa qualidade e deve-se ao uso de pássaros de plumagem intensa.
Mas o que nos trás esta plumagem intensa? Mais do que pensam… Uma coroa regular e mais aderente. Mais pequena? Talvez, mas criamos glosters e não crest! Observem o desenho do standart… a coroa chega até o final do bico?
A redondez e o tamanho são também influenciados pela plumagem intensa. O gloster perderá um pouco de volume, mas a sua selecção deverá corrigir esse defeito. O desenho do pássaro será melhor e quando agarrar este gloster nas suas mãos, não estarão enganados com as aparências, terão algo mais que penas entre os dedos.
Alias, a sua vitalidade é representada, o pássaro vai continuar numa posição semi erecta e dará saltos de poleiro em poleiro com entusiasmo e elegância. Para a aquisição a minha eleição recai num pássaro que tenha boa cor, que seja curto, mesmo que lhe falte um pouco de forma ou que a corona seja um pouco mais pequena. Igualmente para o consort, selecciono de acordo com o standart, cabeça redonda vista de perfil com a frente larga, com algumas sobrancelhas mas certamente não uma cabeça de Norwich. Com este tipo de pássaros, pode-se tentar melhorar a redondez e a corona. Por outro lado, com um pássaro demasiado grande, demasiado pesado, ou que possui uma plumagem excessiva, será difícil ou mesmo impossível tirar um bom gloster.
Com os anos, muitos aficionados compreenderam bem e cada vez mais recorrem ao gloster intenso. Mesmo aqueles que antes não queriam, acabaram por admitir que o pássaro intenso tem um papel importante na criação de glosters.
Se desejarmos manter e criar glosters durante muitos anos e fazê-lo com gosto e paixão, aproveitemos este momento para repensar este assunto. Ganharemos tempo e menos decepções. O êxito será menos rápido? Talvez!! Mas será concerteza de maior duração. O prazer de olhar os glosters com qualidades similares é na mina opinião, mais importante que ter um campeão e dez pássaros com quistos.
Para terminar vou falar da importância e da influência dos julgamentos.
Muitos aficionados para seleccionar os seus pássaros baseiam-se no julgamento. É normal que assim seja, pois é o juiz que tem como tarefa julgar a melhor ave do momento, no entanto isto é uma espada de dois gumes. Mesmo sendo o juiz um criador da raça e saber que o pássaro que elege como vencedor pode trazer sérios riscos de produzir problemas na descendência futura, tal não será mencionado na folha de julgamento. Os rumores circulam entre os criadores: “dois campeões acasalados nunca dão campeões”. Isto em parte é verdade, se tivermos campeões com plumagem nevada excessiva e os acasalarmos um com o outro, teremos poucas hipóteses de tirarmos de novo um campeão.
Espero tê-los covencido que “a plumagem faz o gloster”.


A SELECÇÃO DE BONS CASAIS
A selecção do casal, é sem dúvida, o factor mais preponderante no momento de criar Glosters de grande qualidade, a não ser que um pássaro tenha um gene dominante que contenha todas as características desejáveis. Posto que é muito improvável que um pássaro produza uma descendência perfeita, e dada a escassez destes pássaros, a selecção dos casais apropriados é de grande importância. Abordaremos alguns dos muitos factores que devem ser considerados na hora de seleccionarmos os casais.
A primeira consideração importante é o objectivo que pretendemos alcançar. É importante que tenhamos em conta as nossa preferências pessoais, não devemos criar glosters apenas para agradar os juízes, mas sim para nos satisfazer a nós próprios principalmente. Na minha opinião um bom glosters deve ser curto, com a parte posterior recta, corpo arredondado e com a cabeça redonda e circular. Deve possuir a postura correcta, movimento alegre com boa profundidade de cor.
Conseguir isto não é tão fácil como possa parecer… conseguir alguns pássaros com algumas destas características fortes pode não ser difícil, mas criar pássaros com todas as características desejadas é mais complicado, e estes normalmente são os vencedores em qualquer exposição. A identificação dos rasgos familiares de cada gloster é muito útil. Os rasgos familiares de certos pássaros produzem, por sua vez, glosters com determinadas características. Algumas famílias produzem consorts muito bons enquanto que outros dão melhores coronas. Outras famílias produzem glosters com bom tipo, e outras produzem pássaros curtos com uma excelente qualidade de plumagem. É importante ter conhecimento destes traços familiares de cada família para usá-los em nosso benefício. De uma forma simples, um o pássaro de uma família que produz jovens com bom tipo poderia ser acasalado com um de uma família que produz boas coroas, com a esperança de que uma parte dos jovens tenham uma boa coroa e tipo.
Partindo deste pensamento, conseguiremos chegar um pouco mais longe. Um gloster com boa corona, que procede de uma família que dá pássaros com bom tipo, poderia ser acasalado com um pássaro com bom tipo, que por sua vez procede de uma família que dá gloster com boas coronas. Estas linhas de pensamento podem melhorar a possibilidade de produzir glosters de qualidade necessária para qualquer exposição. É evidente que esta linha de pensamento torna-se mais complexa à medida que se considerarem mais factores. Outra possibilidade, é acasalar em várias ocasiões pássaros que produzem determinadas características desejáveis com outros pássaros que também ofereçam as mesmas características. Deste modo aumentará a qualidade da característica desejada que procuramos. Os cruzamentos repetidos de nevado x nevado pode originar pássaros com bom tipo, mas a estrutura da pena pode tornar-se demasiado larga, Grossa, conduzindo mais tarde ao aparecimento de quistos nas penas. É prática comum nos criadores de Norwich acasalar nevado x intenso para controlar os problemas de plumagem mencionados anteriormente. Os criadores de glosters continuam utilizando os cruzamentos nevado x nevado, com a introdução de um intenso na 4º geração. Portanto, é absolutamente importante a presença de intensos com boa qualidade de plumagem, principalmente para manter a qualidade da plumagem no nosso canaril. Alguns criadores de glosters utilizam os intensos de qualidade para acasala-los com os seus melhores nevados, para manter a qualidade da plumagem em anos posteriores. É necessário reconhecer as variações na estrutura da plumagem, acasalando pássaros com características de plumagens opostas. Por exemplo, plumagem curta x plumagem longa, plumagem levemente estreita x plumagem levemente larga, com o objectivo de produzir pássaros nivelados. O acasalamento de plumagens dura longa x dura longa é propensa a originar quistos, enquanto que plumagem suave longa x suave longa é susceptível que nos dê pássaros com bigodes debaixo dos olhos e penas levantadas debaixo da parte posterior do pescoço. Dentro deste plano de criação, temos ainda que ter em conta a variedade de cores que queremos introduzir: 3 partes escuras, variegados, azul, amarelos, um ou outro canela e fawns. A produção de algumas destas cores necessita de certa planificação prévia.
canela macho x verde produz em teoria 25% de fêmeas canelas, introduzindo um azul há 12,5% de probabilidade de produzir fawns. É muito importante a presença dos canelas uma vez que possuem boa profundidade de cor e bom tipo
Da mesma forma que foi explicado que é importante acasalar pássaros com determinadas características para potencia-las, é extremamente importante que evitemos acasalar aves que tenham os mesmos defeitos, pois estes também se acentuarão.

UTILIZAÇÃO DE INTENSOS NO GLOSTER
O gloster intenso, é ainda um tipo de gloster pouco popular entre os criadores desta raça. Tal facto também se faz notar nas exposições. A explicação está na simples razão que intensos bons há poucos. No entanto noutras raças o intenso está é mais visualizado.
Em muitos artigos e comentários ouve-se constantmente a teoria de que o intenso é muito importante para manter uma boa estrutura e qualidade da pena, mas raramente se ouve falar de como deve ser um bom intenso.
Pois bem, a realidade, é que o gloster intenso não tem um papel assim tão decisivo entre os grandes criadores de glosters da Europa, pois como eles mesmo referem não utilizam nenhum ou poucas vezes o utilizam.
De todas as maneiras, há criadores de glosters que pensam que o intenso é capaz de corrigir ou melhorar a plumagem dos nevados. Quando a plumagem dos nevados chega ao seu limite, estes revelam vários problemas na estrutura da plumagem, e não há nenhum intenso que possa corrigir esses defeitos, e mais, a descendência será geneticamente portadora desses problemas ou defeitos na estrutura da plumagem, pelo que não adiantamos nada.
Se temos intenção de criar com intensos, antes de mais devemos de ter bons intensos de plumagem longa mas muito bem aderida ao corpo e sem proeminências em todo o seu contorno. Apesar de serem difíceis de encontrar, porque existem poucos, este intenso deverá utilizar-se naqueles nevados que ainda possuem boa qualidade na estrutura da plumagem, nunca se devem utilizar quando a plumagem já possui muitos defeitos, por isso é preciso ter bons olhos para saber quando é o momento e, nestes casos, ou se tem a certeza ou o melhor é não introduzir o intenso. Também não nos podemos esquecer que com os intensos é um bocado imprevísivel o que pode dar.
Também neste grupo são conhecidos vários tipos com coloração e qualidade de plumagem distinta. Vou tentar explicar de forma simples para que se possa entender. Há o verde intenso escuro quase negro de plumagem curta e áspera ou forte com muito pouco volume e sem nenhuma suavidade e que nunca dará bons coronas. Há ainda intensso com coloração mais clara, plumagem mais longa e suave com boas coranas. Nestes quase sempre se vêm os mesmos defeitos que mostram os fracos nevados, como por exemplo flancos, cornichos no pescoço e os bigodes por baixo dos olhos.
Também existem intensos com colaração ainda mais suave, que se encontram entre o intenso e o nevado, mas cuidado para não o confundirmos com um nevado com boa intensidade de plumagem.
Da mesma forma nos nevados, na hora de seleccionar os reprodutores existem certas normas que devemos ter em conta, e ter um bom olho no momento de seleccionar a claridade e intensidade que mostram na estrutura da plumagem para termos bons resultados.
Os melhores criadores da Europa são uns verdadeiros artistas porque seleccionam o seu plantel pelo fenótipo e, muito importante, pelos caracteres bons e plumagem que nos é dado pelo genótipo e sempre com um olho nas gerações passadas no mínimo três gerações. Em Inglaterra usam vários intensos, uns para dar intensidade de cor e outros para o fenótipo. Para o fenótipo eu prefitro as fêmeas com boa plumagem e cor. Em 2002 Barry Alexander que é um apaixonado dos intensos, de 50 casaias utilizou 20 com intensos e o resultado foram coroas curtas e ovaladas, por isso, a decisão de utilizar intensos é sempre complicada.
Por fim termino, e como se pode concluir, criar com intensos não é tão fácil assim como parece.

 

A FORMA CORRECTA DAS CABEÇAS NOS GLOSTERS

Obter o tamanho e forma correcta da cabeça é muito importante, mas também é aconselhável assegurar-se que a nuca e pescoço também tenham a forma correcta uma vez que isto é hereditário e os defeitos nestes parâmetros vão ser transmitidos para todas as crias. Começando desde o bico, a cabeça deve estender-se até à parte posterior do pescoço e deve ser arredondada, a largura deve começar na parte superior do bico e gradualmente vai alargando sobre os olhos de forma a moldar e cair sobre o pescoço e a nuca. O pescoço deve elevar-se até se encontrar com a nuca de modo a formar um único bloco redondo e com energia, sem proeminências e sem se estreitar no bico. Este é o indicador da largura da cabeça, sendo esta maior quanto mais larga for sobre os olhos. Nos coronas, a coroa assenta sobre a cabeça e deve ser central e redonda em todos os seus pontos, com um centro bem definido, e deve ter uma queda uniforme por todo o círculo que forma. Na forma incorrecta surgem na corona várias penas para fora, nos lados ou na parte posterior e também nas laterais. Devemos de imaginar a cabeça e o pescoço como uma única forma onde uma envolve a outra. Nas seguintes fotos podem observar-se as características das cabeças, segundo o explicado anteriormente e com finalidade de conseguir a cabeça perfeita tanto em consorte como em coronas.

O TAMANHO NOS GLOSTERS

Este artigo é dirigida a todos os criadores e expositores de glosters, assim como juízes em geral, aos quais gostaria de expressar a minha opinião sobre o conceito tamanho no que diz respeito ao gloster.
Antes de iniciar devemos situarmo-nos historicamente. A primeira aparição do gloster (após dez anos de trabalho), surge por volta de meados da década de 1930, no condado inglês de gloustershire, no oeste de Inglaterra, de onde recebeu o seu nome. Foi Mrs. Rogerson a responsável de trabalhar com diferentes raças (crest de menores dimenssões possíveis, Borders e canários do Harz), para conseguir este simpático animal, que com muita probabilidade, é o canário de postura mais popular do mundo.
Para obter um gloster, é absolutamente imprescindível partir de um exemplar com boas características morfológicas (fenótipo) conhecidas no standart da raça, como por exemplo: boa cabeça, bom tipo, boa qualidade de plumagem, e tamanho aceitável.
No que diz respeito ao genótipo, por não ser algo tangível, devemos recorrer a um sério e prestigioso criador, que crie selectivamente, seja em inbreding ou em outbreding, ou seja com linhas mais ou menos directas em consanguinidade.
As cabeças no gloster, serão morfologicamente diferentes no caso de um corona ou um consort. Uma boa coroa deverá distinguir-se pela sua redondeza, e ser o mais definida possível, formada por penas longas que cairão em todas as direcções, bem aderidas e partindo de um ponto central definido.
Por vezes vemos em exposições coroas excessivamente grandes, que não permitem ver os olhos (estas serão definidas como Coronas tipo crest). Para salvaguardar a raça deveremos seleccionar as coroas que permitem ver a metade os olhos, para isso serão necessários vários tipos de plumagem de diferentes comprimentos.
No que diz respeito ao consort, devemos ser honestos e aceitar dois conceitos distintos de cabeça:
1- cabeça larga e o mais redonda possível, que lhe confere uma grande sensação de redondeza. A união com o peito, costas e corpo, deve formar um único bloco, bem definido e compacto; o que se denomina de corpo braquiforme mas com pequena diferenciação de pescoço, ao contrário do norwich. O bico será o mais pequenos, curto e redondo possível. (exemplares para exposição)
2- cabeça mais plana e mais pequena, com tendência a estreitar o crânio sobre os olhos. Este será um magnífico exemplar para tirar coronas. (exemplares para reproduzir boas coronas)
Conseguir estes tipos de cabeça não será o mais difícil de conseguir. A verdadeira dificuldade encontra-se no conceito tipo ou corpo, que deverá ser o mais largo possível. Se partirmos do peito, ou seja, da parte inferior do bico, até ao começo da cauda, deveremos descrever um curva perfeitamente redonda. Jamais a forma em “barril” característica dos norwich.
É precisamente neste conceito onde os criadores devem trabalhar mais insistentemente, devido à dificuldade em conseguir bons exemplares. Não se trata de criar uma plumagem larga no dorso e peito, mas antes conseguir uma estrutura óssea suficientemente ampla por si só. Um bom exemplar, com bom corpo e boas costa, quando agarrado, dá a sensação de encher a mão.
Se estivermos conscientes de que tudo o que foi escrito até agora é absolutamente imprescindível, poderemos seguir a análise dos restante conceitos.
Todos sabemos que o Standard afirma que o gloster deve ter 11 cm, mas todos também concordamos, que actualmente é algo complicado e se calhar irreal, se pensarmos no simples facto que não existe nenhum canário mais pequenos que 12 cm. (nem mesmo o raça espanhola conseguiu chegar a este tamanho).O conceito Tamanho deverá ser visto como um ideal de proximidade, mas sem esquecer os outros conceitos anteriores, caso contrário teremos um canário atípico. Ao reduzirmos o tamanho do gloster nem que seja 1 cm, teremos problemas nos conceitos expostos até ao momento, deixando de ter um gloster ajustado ao standard. Onde sim poderemos trabalhar, será na diminuição das caudas dos nossas exemplares, o que nos ajudará a ter uma sensação óptica de miniaturização, sem sacrificar os demais conceitos, cabeça, corpo e qualidade de plumagem.
Creio que os ingleses souberam aplicar correctamente este conceito quando afirmam que o tamanho deve ser “o mais pequeno possível, sem medida fixa, buscando o equilíbrio entre cabeça, corpo e tamanho”.Seguramente que eles não têm problemas porque nos seus concursos não pontuam numericamente os seus pássaros, simplesmente os vão classificando de acordo com as características mais apreciadas, o que lhes permite não errarem em nenhum dos conceitos. Julgo que o conceito tamanho não seja o mais importante…Convido-os a fazerem uma experiência escolhendo no vosso canaril o Gloster maior e o gloster mais pequeno, comparem-nos e verão que no máximo não existirá 1 cm de diferença entre ambos. A diferença engloba todo o corpo do pássaro, dando uma sensação de maior tamanho, que na realidade acaba por ser uma sensação óptica provocada pela diferença de volumes.
Durante os últimos 50 anos, segundo a bibliografia existente, ninguém conseguiu reduzir o tamanho. Foi durante a última década e influenciados por determinados julgamentos, numa altura em que este conceito tanto em Espanha como em França, teve uma importância desmesurada, que levou ao declínio de todos os criadores espanhóis, que passaram a estar em inferioridade quando os seus gloster competiam a alto nível em outras exposições fora das suas fronteiras.
Neste momento temos que criar uns pássaros para serem apresentados no campeonato de Espanha, e outros muito diferentes para apresentar no exterior.
Enquanto que em Itália, reino unido, bélgica, holanda e Alemanha privilegiam mais outros conceitos como cabeça, corpo e forma, nós quase sempre nos preocupamos exclusivamente com o tamanho, deixando para segundo plano os conceitos que as grandes potências mantinham como primordiais e inquestionáveis.
Entendo que seja triste enganar os criadores que pretendem competir noutros países, simplesmente pela teimosia de alguns juízes. Entre os corredores de Regio Emilia tive oportunidade de encontrar alguns juízes espanhóis, que compravam glosters aos grandes criadores italianos, o mais afastados do conceito tamanho do standard que possamos imaginar. Expressões como (uma coisa é o que compro e outra o que julgo” por parte de alguns juízes soam grotescas e clarificadoras. Estas expressões só me podem levar à seguinte conclusão “não olhes para o que digo mas para o que faço.”

Deve-se ter em conta a plumagem do Glosters na hora do acasalamento?

Preferencialmente tenho em conta a forma da ave antes de pensar na qualidade da plumagem.
Tento seleccionar aves do mesmo tipo, do mesmo tamanho, com uma nuca larga e uma corona abundante grande e bem posicionada. Não baseio os meus cruzamentos na plumagem, mas sim na vitalidade e forma das aves.
No caso de estar a trabalhar com intensivos, sou contra o cruzamento intensivo x verde, prefiro a redondez dos intensivos com fundo amarelo, cor que produz bons pássaros de fundo claro. Na hora de acasalar tenho em conta os intensivos e os azuis que dão mais forma.
Formo os meus casais em função do amarelo intensivo e do azul que da mais forma.
Acasalo depois as aves azuis intensivas com os verdes e os canelas. Assim consigo obter aves mais compactas que são a base do meu sucesso. Assim como me da também aves ricas em cor que me ajudam contra a falta de cor nas remiges secundarias.
Utilizo ainda os cruzamentos azul /branco x azul, mas nunca intenso x intenso.
Em alguns casos sou a favor do acasalamento amarelo x azul.





 Standart do Gloster

O canário gloster terá surgido há cerca de 80 anos, e foi o trabalho da sra. Rogerson Chelthenham que contribui para tal, ao cruzar um canário border com um canário vulgar de poupa, mas esta origem não é reconhecido por todos. Acabou por ser apresentado pela primeira vez na Inglaterra, em Londres, por volta de 1930-1932 e foi um grande sucesso. O gloster tornou-se, sem dúvida, a raça de canários de postura mais popular. O seu baixo custo, facilidade de reprodução e a sua fisionomia simpática tornaram-no uma das raças mais procuradas pelos criadores amadores.

Apresentação
Época: ­­­mais ou menos 1930
Cor: plumagem de diversas cores excepto vermelho
Origem: Inglaterra
Particularidades: bom reprodutor, indicada para criadores inicianters
Tamanho: 11 a 12 cm


Características da raça:
É possível distinguir dois tipos de gloster:
O gloster corona: que possui coroa
O gloster consort: que não possui coroa

Gloster corona
No caso do gloster corona, a coroa deve estar bem redonda e colada ao pescoço, com um pequeno ponto central. O corpo deve ser arredondado com o dorso largo. A plumagem lisa e colada, as patas curtas e as coxas cobertas.

Gloster consort
No caso do consort as características são idênticas, mas sem coroa. A cabeça deve ser redonda e larga, com sobrancelhas bem marcadas. O bico curto e afiado.


Atenção: deve-se sempre acasalar um gloster consort com um gloster corona, pouco importa que seja o macho ou a fêmea. Nunca se deve acasalar dois coronas ou dois consortes. Nestes casos ocorrer defeitos e uma taxa de mortalidade mais elevada.

Como avaliar um gloster?


Poupa no corona: a poupa ou coroa deve ser abundante, simétrica, com um ponto central o mais pequeno possível. A poupa deve pousar sobre a nuca de forma homogénea e sem quebras
Cabeça do consorte: cabeça larga, bastante grande, com sobrancelhas bem proeminentes. O bico deve curto e cónico.
O corpo: o corpo deve ser arredondado, curto e atarracado. O peito deve ser largo sem saliências. O dorso deve ser largo, atenção as costas não devem ser planas. A fixação das asas deve ser invisível assim como o pescoço permitindo traçar uma linha ovóide entre corpo e cabeça.
A cauda: a cauda deve ser estreita, curta, com plumagem serrada e no prolongamento do corpo.
Postura: Muito importante: a ave deve adoptar uma posição semi elevada e saltar de um poleiro para outro sem excitação e nervosismo.
Pernas e patas: altura media, as coxas não devem ser observadas, e as patas sem os dedos tortos e com todas as unhas.
Tamanho: 11 a 11,5 cm
Condição geral da ave: deve-se apresentar saudável e em perfeitas condições de higiene.

CONCEITOS A SEGUIR NA HORA DE COMPRAR UM EXEMPLAR

 

Na altura de escolher os reprodutores para fazer-mos os nossos casais devemos de saber em primeiro lugar de onde provem cada exemplar. Isto é fácil se o reprodutor for nosso, das nossas linhas. O problema põe-se quando é um exemplar trazido de outro canaril.

Quando adquirimos algum reprodutor que nos faça falta há que ter em conta vários aspectos:

 

1 - Procurar um criador que tenha aves que nos agradem.

 

2 - Uma vez cumprido o ponto 1, no momento se seleccionar o pássaro do criador escolhido devemos fixar-nos no exemplar que nos chama mais à atenção e tentar perceber se compensa introduzi-lo no nosso aviário, tendo em conta a genética dos seus antecedentes. Assim poderemos fazer uma ideia daquilo que o pássaro pode trazer para os nossos exemplares. Boas cabeças, boas coronas, fenótipo, qualidade da plumagem… etc. será sempre preferível adquirir exemplares de um criador que tenha a sua própria linha desde algumas gerações atrás e que seja possível observar os seus progenitores. No caso de nos deparar-mos com um criador em que os seus pássaros são muito homogéneos entre si não será difícil adquirir e seleccionar algum exemplar, se este for o fenotipo que se assemelha ao nosso e é o que queremos.

3 - o pássaro deve estar em bom estado e em perfeitas condições. Ágil, alegre… um factor muito importante é reparar nos olhos do pássaro, devem estar vivazes e alegres, abertos, não devem dar sensação de apatia ou tristeza, uma vez que esses sintomas podem ser sinal de algum tipo de doença.
4 - outro factor importante é saber o que realmente necessitamos para melhorar os nossos pássaros.
5 - Abrir bem os olhos na hora de comprar. Muitas vezes vamos a aviários onde, pelas suas instalações, os pássaros parecem todos excelentes, deixamo-nos cegar com cada exemplar que vemos. Há que ter muito em conta e na mente como são os nossos exemplares. Muitas vezes ficamos loucos por um pássaro, comprámos-o e quando chegamos a casa e pomos-o ao lado dos nossos reparamos que os nossos são quase melhores…ou melhores do que aquilo que compramos.
6. Quarentena para os pássaros novos. Não digo que tenhamos que o deixar 40 dias isolado dos nossos pássaros, mas deve-se separa-lo numa gaiola durante alguns dias para vermos como reacciona perante as novas instalações. No final de uma viagem mais ou menos considerável, com a mudança de instalações, comida, iluminação, temperatura etc…o animal fica debilitado e fica mais vulnerável a contrair alguma doença, com risco de contagiar o restante plantel.

Como melhorar os nossos Glosters (1.º Etapa)
Primeira etapa:
Para iniciar, sou da opinião que se deve seleccionar dois criadores que tenham alguns anos de experiência e um palmares regular nos seus resultados nas principais exposições de glosters. Quando se tiver decidido em relação aos criadores, tente, se possível, obter quatro casais de glosters de cada um dos criadores.
Ao iniciar com 16 aves, deverá realizar uma selecção das diferentes cores e tipos de plumagens.
O que eu proponho é:
Um intensivo verde, fêmea se possível
Um azul completo ou branco variegado
Uma femea canela.
O resto do plantel será completo por 50% de verdes e 50% de variegados.
Duas razões para fazer esta selecção:
A primeira é o facto de nos permitir a oportunidade de acasalar todas as diferentes variadades de cores do canário gloster (à excepção do grizzles).
Este facto dá-nos a hipótese de expor aves na maior parte das classes. Quanto maior o número de classes em que participarmos, maior a probabilidade de conseguir algum prémio, e assim ganhar algum prestígio no mundo dos glosters.
A segunda razão, a mais importante na minha opinião, é a possibilidade de obter diferentes tipos de plumagens, para alcançar o standart através do acasalamento destes.

Acasalamentos para o primeiro ano:
Uma fêmea canela com um macho verde ou ¾ verde
Um azul ou azul variegado com um verde ou ¾ verde
Uma fêmea intensiva verde com um ¾ verde ou um variegado com bom volume
Os restante cinco casais serão compostos por verdes ou ¾ verdes com variegados.

Como melhorar os nossos Glosters (2.º Etapa)
Segunda etapa:
É importante trabalhar com estes canários durante quatro a cinco anos, com uma selecção rigorosa, tentando eliminar progressivamente os defeitos. Conservar apenas as aves muito boas para dar continuidade a nossa linha.
É importante conservar um registo estrito das nossas aves, sobretudo se optarmos por não recorrer a aves de outros criadores e queremos formar a nossa própria linha de glosters.
Nos nossos registos de criações, devem estar identificadas claramente as aves canelas e os machos portadores de canela. Mais uma vez, no caso de pouca experiência, não ter medo de pedir conselhos aos mais experientes.
Com os canelas, azuis e intensivos, é aconselhável conservar sempre aves suplentes com as mesmas qualidades no caso de algum deles se recusar a acasalar. Esta prática é muitas vezes preferível do que recorrer a uma outra ave proveniente de outro canaril podendo ser prejudicial à nossa linhagem.
Também por isso é de boa prática quando se vendem aves do nosso canaril conservar os nomes dos criadores que os compram, eles poderão ser-nos úteis no caso de ser necessária uma substituição no nosso plantel.
Deverá conservar-se para as nossas criações um mínimo de 16 fêmeas, se possível mais. É importante conservar as diferentes cores e tipos de plumagem. Com menos de 16 fêmeas, é quase impossível de expor glosters no top ano após ano. Se tudo correr bem, após cinco anos teremos a nossa própria linha de aves, todas com proximidade genética. Nesta etapa é importante conservar três intensivos verdes ou ligeiramente variegados, e acasalar dois no mínimo. Em geral, é importante ter mais do que 16 fêmeas, e cerca 13 machos, entre eles dois azuis, um canela visual e um macho portador de canela.




Como melhorar os nossos Glosters (3.º Etapa)
Terceira Etapa :
No caso de se possuir uma boa linha de glosters, mas que ainda não ganhou uma exposição, é aconselhável começar na terceira etapa.
Chegada a altura das exposições, se tudo correr bem, começam a surgir os resultados. No caso de vencermos algum prémio será uma prova do trabalho realizado, sobretudo se forem aves descendentes do nosso próprio canaril, fruto das nossas selecções, do nosso trabalho. Caso contrário, deve ser-se honesto e humilde, aceitar os defeitos ou falhas que são apontados aos nossos pássaros. E, se necessário pedir ajudas ou conselhos a outros criadores campeões. Depois de identificadas as falhas e os aspectos a corrigir, será então altura de procurar sangue novo para tentar rectificar os defeitos da nossa linha de aves. Será necessário um macho de excelentes características em falta no nosso plantel. O melhor será recorrer ao criador que nos forneceu as nossas primeiras aves. Outra alternativa, é recorrer a criadores que possuam uma linha de aves muito semelhante à nossa. Uma vez encontrado o macho ideal a próxima etapa é acasala-lo com duas fêmeas. Inicia-se assim uma nova família. Os filhotes provenientes desses cruzamentos deverão mostrar qualidades erradicando ao mesmo tempo os defeitos. Caso contrário, devemos desfazer-nos do macho e dos filhos. No ano seguinte procurar um novo macho e voltar a repetir o mesmo procedimento. Quando estivermos satisfeitos com o resultado, com alguns, ou mesmo todos os pássaros desta nova família, poderemos introduzi-los gradualmente na nossa própria linha. No caso de novas falhas virem a aparecer devemos de estar preparados para uma árdua tarefa de vários anos

SELECÇÃO DE REPRODUTORES E FORMAÇÃO DOS CASAIS
Um dos pontos mais difíceis na criação de uma qualquer ave chega no momento de seleccionar os reprodutores. Qualquer selecção errónea pode fazer-nos retroceder vários passos atrás na nossa linha de selecção. Esta pode ser uma tarefa que dá muitas dores de cabeça a muitos criadores desta raça e apenas aqueles que verdadeiramente a trabalham podem ter a tarefa mais facilitada no momento de seleccionar, uma vez que quase todos os seus exemplares procedem do seu canaril e por conseguinte sabem, quase de antemão, aquilo que pode resultar de cada exemplar. Para aqueles que ainda não têm uma linha estabilizada (como é o meu caso) acaba por ser um jogo de apostas, mas sempre tendo em conta algumas noções básicas de acasalamento, as quais tentarei explicar.
Um conceito fundamental é, antes de iniciar, saber aquilo que temos, o que queremos e onde queremos chegar com o gloster. Devemos ter uma imagem mental do fenótipo ideal do gloster (extrutura externa do gloster, o que vemos por fora quando observamos um pássaro). Saber que tipo de gloster queremos. Actualmente não existe tanta controvérsia como à escassos anos atrás. Quase todos os criadores tem uma ideia comum do gloster ideal, apesar de haver quem procure mais volume, outros preferem pássaros pequenos, outros que procuram “bolas de ténis”…enfim, cada um tem as suas preferências.
Depois de sabermos aquilo que queremos obter devemos escolher os reprodutores que mais se assemelham e esse fenótipo, e quanto menores forem as falhas nos fenótipos melhor. No caso de existirem falhas em alguma parte do corpo devemos utilizar o método de compensação na escolha do casal, ou seja, que um tenha em virtude aquilo que o outro não tem, e se essa virtude for exagerada melhor ainda. Em genética rege a lei da compensação.
Muitos dirão que não será bem assim, claro que não, existem muitos outros factores a ter em conta, mas este ponto é a base no momento de seleccionar.
Quando nos encontramos perante alguns desses erros no exemplar devemos saber se são hereditários para a descendência ou se pelo contrário não passam geneticamente. Torna-se um pouco difícil de explicar. Existe por exemplo factores como a parte ossea, que pode ser trabalhada atraves da compensação. Uma cabeça pequena pode ser trabalhada com uma grande ou mesmo exagerada para dar cráneos mas ajustados ao nosso ideal. Com o tamanho ocorre algo semelhante. Depois existem outros elementos de selecção como a plumagem. Este é um dos factores imprescindíveis e por sua vez o mais difícil no gloster. A plumagem é o manto que recobre o gloster, o que dá a forma característica a este canario, que o moldea, que o faz parecer maior, mais pequeno, mais volumoso ou mais estreito…muitas coisas.
Trabalhar a plumagem é o factor mais importante e para isso devemos de ter algumas noções claras.
Começaremos sempre por trabalhar com a plumagem base. Esta é a verde, a principal em todas as cores de plumagens, ja que é a mais trabalhada e a que pelos seus elementos, características e textura poderemos introduzir em qualquer cor. Todos os bons criadores de Glosters têm esta cor de plumagem. Existem três categorias tal como todas as aves ornamentais: intenso, nevado, e mosaico (esta última não se dá em todas as raças, já que é devida a uma mutação). Teremos assim dois tipos de pena: pena larga e curta, distinguindo-se cada uma em suave ou dura quanto à textura. À cerca deste assunto poderia-se e deveria-se escrever um livro. De momento apenas serão mencionados alguns conceitos, para que todos possamos asimilar bem (refiro-me aos novatos neste mundo).
Uma vez dito tudo isto tentaremos juntar sempre exemplares compensatórios, ou seja, o que falta a um é compensado pelo outro, conseguido-se assim exemplares intermédios com os quias é possível ir trabalhando ou manter o que de bom conseguimos
Quanto à cor da plumagem, será assunto para outra ocasião, já que é um assunto complicado que poderá baralhar ainda mais os leitores.

COMO SELECCIONAR OS SEUS GLOSTERS

Esta é uma época do ano para pensar na selecção dos pássaros que serão guardados para os cruzamentos do próximo ano. Estas são as decisões mais críticas a tomar, para melhorar a criação e evoluirmos na qualidade do nosso plantel. Mesmo que o êxito seja, às vezes, uma questão de sorte há regras básicas que devem ser seguidas para que o sucesso seja alcançado.

1 - Regras Gerais
1.1 - Nunca tomar uma decisão antes da muda total do pássaro. Alguns pássaros que muito prometem inicialmente podem tornar-se uma decepção depois da muda e outros despontarão como um a flor gerando grande surpresa. Dispor de um gloster jovem antes que acabe a muda será um erro, não importa o que aparente enquanto filhote.
1.2 - Nunca parta do pressuposto que um pássaro premiado produzirá bons filhotes. A genética de um pássaro é muito complexa e alguns campeões nunca produziram um pássaro para concurso em toda a sua vida. Com uma boa linhagem e limitando o número de genes a trabalhar, concentram-se as probabilidades de termos os melhores pássaros para produzir a melhor descendência.
1.3 - A selecção visual é tão importante quanto à linhagem. Ao ter que seleccionar entre pássaros similares, procure saber a linhagem e escolha o pássaro com os melhores antepassados. Nunca guarde um pássaro de má qualidade por causa de sua linhagem. Por outro lado, nunca escolha um pássaro baseado somente em seu aspecto. Há que se fazer um balanço entre aspecto e linhagem.
1.4 - Os pés e as pernas são um bom indicador da qualidade do gloster. Os pássaros com as patas e as pernas grandes são um problema. Será sempre melhor concentrar-se em pássaros com as patas pequenas e as pernas curtas.
1.5 - Os pássaros com quistos são um verdadeiro pesadelo para o criador de glosters. Os quistos são hereditários ou pelo menos a incapacidade para que um pássaro mude de forma sadia. Os pássaros velhos com problemas de saúde podem desenvolver quistos. Os pássaros saudáveis, menores de quatro anos não devem ter quistos. O uso de pássaros amarelos (intensos, com penas duras) nem sempre é solução para o problema. Em algumas linhagens, quando o problema é recorrente, inclusive os pássaros intensos desenvolvem os quistos. O caminho a seguir será seleccionarmos e acasalarmos correctamente, com vista a produzir pássaros livres de quistos.
1.6 - O brilho na cor não é necessariamente um indicador de boa qualidade da pena. É um indicador de boa pigmentação. A maioria das pessoas tende em uma regra geral a confundir estes conceitos levando a más opções. A genética não é uma tarefa simples de apreender.
2 - Que machos guardar
2.1 - Os machos férteis podem ser utilizados, geralmente, até aos cinco anos, desde que dêem provas de qualidade na descendência. Os machos que são bons progenitores, com qualidades ao nível de alimentação das crias são inestimáveis. Pense sempre duas vezes antes de se desfazer de um macho fértil e são com estas características.
2.2 - Aos machos que não galam os ovos podemos dar-lhe outra oportunidade no ano seguinte, preferencialmente com uma fêmea que já deu filhotes. Se cruzarmos um macho presumivelmente estéril com uma fêmea que nunca criou, não teremos dados suficientes para esclarecer a situação. Convêm utilizar a nossa melhor fêmea de criação para testar o macho em causa. Se, pelo segundo ano, entretanto ele ainda não reproduz, livre-se dele. Mesmo que se possa tentar um terceiro ano, você estará insistindo numa situação que levará ao desgaste desnecessário de boas fêmeas de criação.
2.3 - A ideia de cruzar o melhor macho do plantel com tantas fêmeas quanto possíveis tem um impacto negativo. A maioria da descendência estará muito ligada entre si e em um abrir e fechar de olhos teremos que procurar novos genes, com a introdução de novos pássaros no plantel. Assegure-se que mantém os irmãos e os primos do seu melhor macho. Você pode usá-los para diversificação de sua base genética sem mudar a linhagem muito drasticamente. E muitas vezes irá surpreender-se ao descobrir que é a descendência desse macho que está a garantir seus melhores filhotes. A maior parte do tempo os irmãos ou as irmãs de campeões são a melhor aposta, não importando se visualmente não parecem.
2.4 - Os machos nos quais se notam sinais de agressividade logo em filhotes são descartáveis. Se for possível livre-se deles. O carácter, como tudo o resto, é hereditário. Tente utilizar os machos pacíficos e calmos para a base do seu plantel.
2.5 - Os machos gloster que parecem fêmeas são o seu melhor activo. Serão, geralmente, de tipo excepcional e menores que a maioria dos machos. Pode-se basear uma criação inteira em tais machos, uma vez que as suas filhas serão extremamente difíceis de vencer em concurso. É habitual ter-se machos grandes que mostram muito tipo, mas isto limitará muito que a descendência tenha características de aves de concurso. Se não formos muito cuidadosos, cedo ou tarde as suas fêmeas estarão maiores e aí será muito tarde para corrigir a situação. Seja crítico com o tamanho dos seus machos, isto permitirá um maior controlo do seu plantel e garantirá descendência sem penalizações.
2.6 - Assegure-se que os machos mostrem a cor mais intensa. Em geral, as fêmeas mostram cor mais apagada. Se teus varões não são bem coloridos, as filhas deles serão muito desbotadas. De certo não deseja acabar com um plantel inteiro de pássaros desbotados. É muito difícil conseguir boa cor sobre toda a pena e as vezes terá que fazer escolhas entre o tipo e a cor.


3 - Que fêmeas guardar
3.1 - As fêmeas férteis podem ser utilizadas, facilmente, até aos quatro anos, desde que produzam a qualidade que você necessita. O êxito do plantel baseia-se na capacidade de criar boas fêmeas. Como o standard do gloster se baseia em pássaros pequenos, não há razão para não ter fêmeas dentro do standard. Se você utiliza fêmeas com grandes coronas, pode-se recortar a corona antes do período de cria e ele crescerá na próxima muda. Fazendo isso você aumentará as hipóteses da sua fêmea cuidar melhor de sua prole. Assegure-se de cortar a corona um mês antes de criar para dar à fêmea uma possibilidade de acostumar-se a ver o mundo que a rodeia.
3.2 - As qualidades de criação são hereditárias. Considere sempre primeiro as filhas das suas melhores fêmeas criadoras, desde que exibam o tipo que necessita. Uma fêmea de qualidade média mas de bons hábitos de criação sempre será sempre preferível a uma fêmea de qualidade superior com pobres registos de criação. Recorde que se você tem uma linhagem de criação, suas fêmeas podem produzir campeões desde que você não ponha todos os ovos na mesma cesta, centrando-se em sua melhor fêmea. Assegure-se de ficar com as fêmeas que criam bem, mas que estão relacionadas com o seu melhor pássaro. As probabilidades de criar um campeão virão de uma delas.
3.3 - A utilização de fêmeas grandes na criação condena toda a futura prole a aumentar de tamanho. Seus filhos serão inclusive maiores e você estará no caminho do fracasso. As fêmeas pequenas são as que melhores resultados lhe darão.
3.4 - As fêmeas serão o suporte da forma/tipo do seu plantel. A maioria dos machos são maiores e mais finos que as fêmeas. Se você seleccionar as fêmeas magras e largas, seus filhos não exibirão o standard desejado e destruirão, provavelmente, a qualidade do seu plantel. Às fêmeas com bom tipo podemos atribuir machos que se parecem com elas e assim melhorar definitivamente o seu plantel.
4 - Que coronas guardar
4.1 - O Corona é provavelmente o pássaro mais difícil de se produzir e a maioria dos criadores não possui um leque extenso de pássaros de qualidade para escolher. O criador experiente sabe que muitos compromissos devem ser feitos para se produzir um bom Corona.
4.2 - É habitual encontrarmos a melhor corona em pássaros mais alongados. A pluma mais longa permite uma corona mais cheia e de textura mais suave. Se fizermos uma selecção unicamente sobre as coronas mais impressionantes, acabaremos com um plantel inteiro de pássaros compridos e finos. Tenha sempre presente que devemos trabalhar na criação de um pássaro completo, que na altura de se apresentar a concurso exiba uma boa corona assente numa boa forma.
4.3 - Nunca guarde um pássaro com a corona defeituosa (partida, torta, descentralizada, forma esquisita etc). Trate de limitar sua selecção a pássaros que mostrem uma corona redonda, com um centro bem definido. A parte mais difícil para a produção é a frontal. Aí precisa-se de abundância de penas. Os pássaros que tem poucas plumas na parte frontal da corona nunca deverão fazer parte do nosso plantel.
Você pode até tolerar outros defeitos desde que o pássaro apresente a parte frontal da corona em perfeita distribuição.
4.4 - Os “cornichos” são a queixa mais frequente nos defeitos detectados em Glosters Coronas. As penas ao redor dos olhos tem a tendência de crescer em direcção oposta ao normal, e os pássaros com coronas excepcionais exibem, frequentemente, os “chifrinhos”. Não seja enganado pelos “pseudo-especialistas, pois muitos dos melhores pássaros de exposição são “maquilhados” pouco antes do concurso. Trate de fazer com que o defeito seja eliminado, mas um pássaro excepcional nunca deverá ser descartado baseado num critério só, ainda que este defeito não seja um problema congénito.
4.5 - Tente descartar de imediato os pássaros com coronas muito pequenas. Um bom gloster é um pássaro equilibrado, com a corona proporcional com o resto do corpo. Será sempre preferível ter um pássaro com uma grande corona para poder ser trabalhada e alcançar futuros objectivos.
4.6 - Isto leva anos, às vezes décadas... criar bons Coronas. Se você tem bons coronas assegure-se de mantê-los cruzando-os com pássaros de qualidade. Se não tem bons coronas, esta na hora de ir às compras. Um bom corona nunca aparece por magia. Lembre-se que existem criadores com sucessivos anos de trabalho nesta raça e provavelmente você não viverá tempo suficiente para repetir o trabalho de gerações inteiras de criadores especialistas.
5 - Que consortes guardar
5.1 - Se a sua meta é expor e ganhar com consortes, então deve concentrar-se em consortes. Ainda que esteja demonstrado que os consortes não necessitam das “frentes pesadas” que vimos no passado, você tem que, entretanto, concentrar-se naquela cabeça imponente para atrair a atenção do juiz. Digam o que disserem a sua teoria deve ter sempre presente: ao final os juízes têm a última palavra.
5.2 - A criação de consortes não tem as complexidades genéticas dos corona, logo teoricamente será muito mais simples fixar uma característica específica rumo ao nosso Gloster ideal. Sem dúvida o mais importante será ter sempre em mente o ideal de consorte que pretende atingir.
5.3 - Os consorte de concurso mais perfeitos são, em geral, os pássaros maiores, o que só confirma sua incompatibilidade com seus companheiros corona. O consorte pequeno, com a plumagem muito apertada raras vezes é do gosto do juiz.
5.4 - Não há nada de mal em se usar um corona para produzir consortes, é isso que faz a maioria das pessoas. Mas assegure-se que o corona usado seja de uma boa linha de consortes. Como é muito difícil avaliar o impacto de uma corona na cabeça de um consorte, você deve confiar nos parentes próximos do corona como indicador.
5.5 - Haverá sempre excepções a uma regra, mas na maioria dos casos alguns casais produzem melhores consortes e outros produzem melhores coronas. Isto é verdade ainda dentro de uma mesma linhagem. Os criadores de gloster devem estar atentos a esta realidade para que a possam entender e utiliza-la de maneira vantajosa.
5.6 - Se seu objectivo é produzir o melhor corona possível, então as regras são invertidas, por exemplo, você deve usar os consortes mais estritamente relacionados com seu melhor corona. A maior parte desses consortes nunca servirá para concurso. Mas, se você deseja ter sucesso deve aprender esta técnica, porque de outra maneira, não importa a quantidade de bons coronas que possua, sistematicamente os destruirá usando seus “melhores” consortes.
5.7 - Utilize sempre os consortes que são os que mais próximos se relacionam com seus melhores coronas. É importante, inclusive, não avaliar as qualidades principais nestes consortes, já que não é este seu propósito mas sim atingir coronas de excepção.

6 - Conclusão
Já que a dificuldade em produzir um corona perfeito te força a um compromisso, na selecção rigorosa do seu plantel de coronas, deve ser muito mais crítico com a forma do corpo do consorte, porque caso eles estejam a ser mal usados nunca conseguira compensar algumas debilidades verificadas no seu corona.
Quer dizer, sendo o objectivo conseguir boas coronas, pode ter que tolerar outras falhas nos seus reprodutores coronas, mas essas falhas nunca devem ser encontradas em seus consortes.
As regras acima indicadas podem parecer muito óbvias, mas conseguir aplica-las todas ao mesmo tempo, será certamente um exercício de paciência interessante.

CARACTERÍSTICAS E COMBINAÇÕES DA PLUMAGEM NO GLOSTER

Extraído do livro “The Gloster Fancy Canary" by Nick Barret

A importância da plumagem
Uma das razões mais frequentes para falhar o objectivo de criar uma boa linha de canários é a qualidade da plumagem. De forma a que o criador possa traçar como objectivo o de constituir uma boa linha e com a plumagem adequada é necessário que este compreenda e estude os tipos de penas existentes. A criação de glosters não é excepção a esta regra. Também a criação de canários gloster deve respeitar este princípio e o facto de a maioria dos glosters existentes ser do tipo buff feather (tipo nevado com plumagem larga) não significa que não possam e não devam ser usados pássaros com penas do tipo yellow (pela intensa, apertada e sedosa).
Mas o que significam os termos buff feather e yellow feather?
Yellow feather
Um canário de cor amarela não é obrigatoriamente um canário que possa ter a designação de Yellow Feather. Este termo que passaremos a designar por amarelo intensivo, é atribuído à plumagem fina, apertada, firme e de tom amarelo esverdeado intenso.
O facto de este tipo de pena ser apertada não significa que é maior do que outros tipos de pena. Possui sim brilho e cor natural que se estende até aos extremos das penas. A qualidade da plumagem de "bons amarelos" deve ser de uma aparência sedosa, como que se a plumagem formasse uma unidade única e não um conjunto de penas individuais.
Este tipo de plumagem pode ser criada em qualquer raça de canários independentemente da sua cor e marcações, sendo presente em apenas um dos reprodutores.
Devido à plumagem fina e apertada, os canários deste tipo podem perder em porte quando comparados com canários com pena buff. Esta é uma das razões pela qual os canários desta categoria não são muito usados em exposições mas devem ser usados nas criações para manter a qualidade da plumagem. A utilização desta característica num acasalamento com uma ave de tipo buff não produz necessariamente jovens com falta de "corpo" e postura/porte.
No entanto, o criador deve ter em atenção de que nem todos os canários yellow feather tem uma plumagem de excelente qualidade. Muitas vezes e como última tentativa para salvar uma linha de canários de má plumagem, resultante de consecutivos acasalamentos de pássaros tipo buff, acasala-se com uma pássaro tipo yellow. Ora, as crias resultantes deste acasalamento, mesmo que yellow, têm nos seus genes as características indesejadas da linha de um dos seus país. Sendo que estas crias também não irão servir com bons resultados nas criações que se seguirem.
Pelo menos de três em três gerações deve-se utilizar um canário com este tipo de pena para não perder a qualidade da plumagem. Caso contrário começam a aparecer canários com quistos, problemas de plumagem, sem brilho, sem cor, etc...
Os pássaros com este tipo de plumagem não são a solução para a cura dos quistos das penas, são sim uma possibilidade para não deixar que uma linha de canários seja arruinada por má plumagem e pelos quistos.
Mas como poderá o criador saber qual será o bom yellow para utilizar na sua linha de canários?

A resposta poderá ser dada em duas partes:
Deverá apenas adquirir este tipo de pássaros de criadores que conheçam bem este tipo de plumagem e que os utilizem nas suas linhas. Existem muitos criadores com o errado tipo de plumagem, mesmo que yellow.
Qualquer pássaro yellow que tenha a cauda larga, em que nas penas não estejam juntas, firmes, apertadas, que tenha a plumagem fosca e que não corresponda as características apresentadas, não deve ser usado para criação.
Buff feather
O tipo de pena normalmente descrito como buff ou "nevado" tende a ser uma pena mais "mole", suave e larga e não tem a textura e a "elegância" da plumagem intensiva. Devido à natureza macia da plumagem nevada, esta é mais delicada e mais facilmente estragada do que a plumagem intensiva. A cor, neste tipo de pena, não é tão intensa como a descrita no item anterior, nomeadamente na presença da pigmentação amarela que esta presente em todas as classes de canários Glosters com a excepção dos de fundo branco.
Neste tipo de plumagem a cor amarela não se estende até aos extremos das penas, o que origina que estas tenham um aspecto um pouco mais fosco. No entanto, os canários que tenham uma boa plumagem, embora tipo buff, também devem ter uma plumagem sedosa, e é quando esta característica desaparece que os problemas começam a aparecer.
Exemplos de canários com este tipo de plumagem (buff) podem surgir em qualquer raça de canários e independentemente da sua cor e características. Podem inclusivamente surgir do acasalamento de dois canários tipo yellow. Esta situação pode ocorrer visto que os canários tipo yellow possuem nas suas características genéticas os factores responsáveis por produzir o factor buff. A situação contrária nunca pode acontecer devido ao factor yellow ou intensivo ser dominante, isto é um casal de canários tipo Buff nunca produzirá um canário tipo yellow.
Os canários tipo buff, devido à sua plumagem mais suave e larga, possuem uma aparência mais característica dos Glosters, i.e., definem de melhor forma o porte do canário. Esta situação origina que a grande maioria dos glosters a concurso sejam do tipo buff, assim como a grande maioria dos canaricultores possui apenas canários deste tipo.
O acasalamento de dois canários buff que tenham origem num acasalamento de yellow x buff, dá origem a canários double buffing sendo que esta pratica é aceitável e está na origem da criação de uma boa linha de glosters.
O acasalamento de dois canários buff que tenham origem num acasalamento de Buff x buff, é mais do que double buffing e deve ser feito com precaução, devendo ser tido em conta o pedigree dos canários. A continua utilização da técnica buff x buff sem a introdução do factor yellow pode arruinar uma linha de glosters. Sendo que os principais problemas devido à demasiada suavidade e "moleza" das penas é o aparecimento de quistos, problemas nas asas e na cauda ao nível da qualidade da plumagem.

Outros factores importantes
Para além do facto de os canários terem plumagem do tipo yellow ou buff , existem outros factores que podem afectar a textura ou a qualidade da plumagem. Plumagens variegated ou matizadas com diversas cores, em que todos os pigmentos tenham sido removidos expepto o amarelo tendem a ter uma textura muito suave do que as penas que não tenham esta característica. Assim os passarinhos que sejam variegados claros tendem a ter a plumagem excessivamente suave. A mutação Cinnamon ou canela também sofre deste tipo de problema, no entanto, as suas penas tendem a ser bem mais finas do que o normal. Apesar desta finura das penas a mutação canela não possui a mesma rigidez que as penas de um yellow.A primeira preocupação para o início de uma boa linha de glosters deverá ser o estabelecimento de um núcleo forte de bons glosters verdes ou com 3 partes verdes escuras e intensivos amarelo esverdeados (yellow). Os verdes buff ou nevados devem ser o mais próximo possível do Standard e os intensivos devem ter uma boa cor e boa plumagem e se possível curtos e redondos.
É importante que o criador saiba que poderá acasalar um buff ou nevado verde com qualquer outro tipo de pássaro, canela, branco, cinza, azul, variegado, intenso. No entanto, qualquer um destes só deverá ser acasalado com um verde buff.
Os verdes buff criados a partir de yellows e buffs estão associados a boas características e podem ser acasalados com qualquer buff. As crias resultantes deste acasalamento são buffs e se mantiverem boa plumagem e cor podem acasaladas com outros buff de boa qualidade por mais uma geração. Agora nesta geração as crias devem ser acasaladas com buffs resultantes de casais buff x yellow, ou se forem canários verdes variegados directamente com intensivos amarelo esverdeados(yellow).
A escolha dos casais para a criação não é escolha fácil pois não deve restringir-se apenas ao aspecto e à beleza das aves mas principalmente ao factor genético. Todas estas considerações devem ser tidas em contas, assim como também é muito mais fácil controlar a boa qualidade da plumagem nos canários mais escuros do que nos mais claros como os variegados. Desta forma, a escolha dos casais para a época de criação deve respeitar estas regras e tentar compensar os vários factores em questão

CRIANDO GRIZZLES

Criar  glosters, iniciar uma especialização em pássaros "coloridos" e concentrar em produzir grizzles, uma vez que são raros, quase em extinção por aqui. grizzles bons não são fáceis de criar, porque não há muito bons glosters, tanto para os obter, como para acasalar com eles.
A melhor maneira de conseguir  grizzles é a apartir de aves com um bom corpo e penas densas, (buff não exagerado). O  casal favorito é o  com glosters brancos x grizzles, este acasalamento evita os excessos de plumagem e os problemas daí decorrentes. Assim, uso aves de penas apertadas com fundo branco, o que ajuda a controlar a plumagem.
No entanto, crias de casais grizzles têm maior hipóteses de serem grizzles e esses vamos querer mantê-los no nosso canaril se tiverem no geral "um bom tipo". Tenho tido sorte suficiente para obter grizzles com casais variegado x variegado e branco variegado x variegado, todos os variegados não excedem os 50% de escuro. Com este método não têm surgido quistos nos  grizzles como seria de esperar. Poderá ser sorte… não sei.
Um bom grizzle vale todo o esforço e empenho necessário para o obter.


O CRITÉRIO DA COMPENSAÇÃO NA ESCOLHA DOS CASAIS

Em genética rege a lei da compensação.Muitos dirão que não será bem assim, claro que não, existem muitos outros factores a ter em conta, mas este ponto é a base no momento de seleccionar.Quando nos encontramos perante alguns desses erros no exemplar devemos saber se são hereditários para a descendência ou se pelo contrário não passam geneticamente. Torna-se um pouco difícil de explicar. Existe por exemplo factores como a parte óssea, que pode ser trabalhada atraves da compensação. Uma cabeça pequena pode ser trabalhada com uma grande ou mesmo exagerada para dar crânios mas ajustados ao nosso ideal. Com o tamanho ocorre algo semelhante. Depois existem outros elementos de selecção como a plumagem. Este é um dos factores imprescindíveis e por sua vez o mais difícil no gloster. A plumagem é o manto que recobre o gloster, o que dá a forma característica a este canario, que o moldea, que o faz parecer maior, mais pequeno, mais volumoso ou mais estreito…muitas coisas.Trabalhar a plumagem é o factor mais importante e para isso devemos de ter algumas noções claras.Começaremos sempre por trabalhar com a plumagem base. Esta é a verde, a principal em todas as cores de plumagens, já que é a mais trabalhada e a que pelos seus elementos, características e textura poderemos introduzir em qualquer cor. Todos os bons criadores de glosters têm esta cor de plumagem. Uma vez dito tudo isto tentaremos juntar sempre exemplares compensatórios, ou seja, o que falta a um é compensado pelo outro, conseguido-se assim exemplares intermédios com os quias é possível ir trabalhando ou manter o que de bom conseguimos.
Quanto à cor da plumagem, será assunto para outra ocasião, já que é um assunto complicado que poderá baralhar ainda mais os leitores.De seguida seguem-se exemplos de compensação na selecção de casais de reprodutores, pertencendo os exemplares a um magnífico criador da raça, Rene Alssema.

CONSANGUINIDADE: UM PROBLEMA OU UMA SOLUÇÃO?

O tema dos acasalamentos consanguíneos foi e será sempre um tema polémico e passível de gerar discussão no mundo da canaricultura. Trata-se de um tema intemporal em que uma opinião unânime entre os criadores esta longe de ser uma realidade. Se por um lado uns abominam tal prática outros olham para ela como um caminho para chegar ao sucesso.

Sendo eu um Homem da área das ciências, a minha opinião é que a consanguinidade é uma arma para chegar ao triunfo, mas para tal é preciso saber usá-la. por um lado temos a "consanguinidade directa", em que se utilizam cruzamentos entre pais, filhos, netos e bisnetos etc, etc, (tabela de felch). Esta técnica será ideal se partirmos de exemplares top, coisa que por vezes é difícil, pois estes normalmente não estão a venda e se estiverem o preço não será muito animador... neste tipo de cruzamentos pretende-se obter passarinhos com a qualidade muito próxima desses exemplares top.
Alternativa a este método está o cruzamento entre "irmanastros", ou seja, se tenho um macho corona muito bom, junto-o com 2 das melhores fêmeas possíveis, ter em atenção que os defeitos não se repitam no macho e nas fêmeas e evitar cruzar glosters com problemas muito graves, pois da mesma maneira que se fixam coisas boas, as más também se fixam... do cruzamento do macho com as duas fêmeas depois podem-se juntar os irmãos entre eles, existindo consanguinidade mas em menor grau, por se tratarem de fêmeas de diferente sangue...

À dias li num fórum espanhol um criador de glosters que dizia que a compensação era o inicio de todos nós quando nos iniciamos na criação de glosters, onde tentamos compensar os passáros, "tirar de um lado e meter no outro". Os resultados acabam por ser percentagens altas de pássaros regulares ou maus, e pássaros bons poucos. Digam o que disserem é assim quando se trabalha em compensação... esse mesmo criador afirma que o mesmo se verifica de juntarmos dois glosters top, porque esses top possuem os defeitos de uma linha e se tirarmos 10 passarinhos desse casal numa temporada, se dois forem bons para concurso já não é mau... quando se começa a trabalhar com consanguinidade os resultados tendem a equilibrar-se e inclusive aumentam as percentagens de pássaros bons vs pássaros maus...
A imagem de marca de cada criador é dada pela consanguinidade, o uso dela é que nos irá permitir criar a nossa linhagem. A compensação acaba por ser uma lotaria, não se fixam os caracteres desejáveis, não se fazem genotipos e fenotipos homogeneos, não se cria uma linha própria, e a percentagem de pássaros bons é muito baixa.


Estas afirmações têm lógica e dão que pensar, pondo em causa aquilo que muitos pensamos sobre a compensação na criação de glosters.

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